Parte 1: Resposta
@volmer, Não foi minha intenção ser agressivo com você, mas já que você deu abertura, não serei tão comedido desta vez. O fato é que, com sua exposição inicial você não iria pescar nem piabas, quem dirá as sardinhas que tanto despreza, meus questionamentos foram no sentido de te ajudar a expôr a tua idéia e não para você me pintar como um ninja-medieval-especialista-em-esgrima-grego-aramaica-disfarçado-de-cyberpunk-que-acha-que-sabe-alguma-porra-de-tecnologia, nestes termos, o agressivo aqui foi você, seu sentimento de agredido é um mero reflexo da sua própria incompetência e negligência.
Você teve mais de 2 anos lutando pelo seu projeto, porém, engavetou um dos principais pontos: A tecnologia, por isso, falar para você de um engine parece uma esgrima greco-aramaica com intuito meramente exibicionista, quando na verdade é jargão comum na cena de desenvolvimento de jogos independentes e, em mais de 2 anos, você deveria ter pelo menos essa informação e vou ser mais direto: Enquanto você achar que pensar no aspecto tecnológico do teu jogo eletrônico “não quer dizer nada… são só palavras” e que quem tem que entender disso é o programador, seu projeto está fadado ao fracasso e você irá passar mais alguns anos até entender isso, enquanto cria mais 500 jogos no mundo das idéias ou o coitado que irá cuidar dessa parte sofre para tentar traduzir a complexidade do teu pensamento em código.
Não ser programador, isso sim não quer dizer nada, não é argumento, é apenas uma forma de justificar algo que você não sabe e não tem a mínima vontade a aprender, apesar de estar precisando urgentemente disso! Hoje existem “engines” (ferramentas usadas para desenvolver jogos - vou expôr algumas quando me desvencilhar desta resposta chata que sou obrigado a escrever) que não exigem nenhum conhecimento de programação, e mesmo que exigissem, cara… você teve mais de 2 anos, paciência… Quer um exemplo: Painter’s Guild este é um jogo feito por um professor de história da arte brasileiro, que tinha a motivação de ensinar o conteúdo de forma mais lúdica para os seus alunos, a motivação se tornou um negócio. Sua motivação é forte assim?
Uma das partes mais interessantes da sua resposta é quando você diz que já “sacou” que precisa estudar, então faça isso! Em mais de 2 anos já deveria ter feito!
Parte 2: Explicações
Engine: Quando questiono qual engine irá utilizar ou se irá criar um engine próprio, me refiro ao programa que irá utilizar para criar o seu jogo ou se irá criar um próprio: Hoje em dia existem vários engines para várias necessidades, mas sempre há aquele que prefere trabalhar direito com o código ou criar o seu próprio engine.
Exemplos:
Todas elas são gratuitas e tem uma versão paga e/ou modelo de assinatura. Construct 2 e Stencyl, você não precisa saber programar, só racionar, elas utilizam o modelo de programação visual, onde você vai utilizando blocos lógicos para gerar o código do jogo, como no projeto Scratch do MIT.
Cliente e Servidor:
Citei cliente e servidor apenas porque você afirmou que se tratava de um MMORPG, nesse caso, você teria que ter um programa cliente, que é o jogo compilado e distribuído para o teu usuário, é onde está tudo que é relacionado à lógica e interface, ou seja, é o jogo de fato.
Já o programa servidor é responsável por se comunicar com o programa cliente através de um protocolo e através deste protocolo ele grava as informações necessárias em um banco de dados, para que estas não se percam com o tempo, por exemplo, um jogador sobe 1 nível em experiência, o cliente dispara uma mensagem para o servidor e este grava essa informação na conta do usuário e no personagem específico, assim quando este “deslogar” do jogo, quando retomá-lo o programa cliente irá disparar um pedido para o servidor e este irá enviar as informações necessárias sobre o progresso daquele personagem, em suma, o nível adquirido será mostrado.
Você pode programar um servidor para o seu cliente criado com o engine ou pode usar já feito. Um dos mais famosos é o eAthena, ele basicamente implementa o protocolo de MMORPG bem famoso: o Ragnarok Online, mas pode ser usado para jogos novos, foi usado, por exemplo, num MMORPG gratuito e de código aberto chamado The Mana World.
Mas claro que você precisa pensar na demanda de usuários para o teu projeto e só mais tarde você irá pensar no hardware, por isso, quando falei sobre servidor, falei no software servidor, na implementação do protocolo e não em backbones da vida.
Parte 3: Endgame
Às vezes professores ensinam tanto que esquecem que precisam aprender, teu projeto é muito bom, só te faltou humildade para entender que você precisa aprender, não basta você ter aí um bom roteiro e um plano de negócios, meu caro, é preciso que você saiba como implementá-lo, ter uma boa equipe e você negligenciou estas coisas por anos e agora não teve nem humildade e nem capacidade de responder questionamentos simples, eles te parecem esgrima greco-aramaica.
Este é meu último post neste tópico e eu espero que aproveite, não tenho interesse e nem tempo para discutir meramente por discutir, leia o que escrevi com atenção, divirta-se e quem sabe um dia você me agradeça, não que eu precise ou queira isso.