Caros, em outro tópico alguém perguntou sobre como fazer PCBs caseiras e encontrei várias dicas interessantes.
Hoje tentei fazer uma placa utilizando a técnica da impressora laser e a coisa não deu muito certo.
Depois de algumas tentativas consegui passar toda a arte do papel para a placa virgem, fiz algumas correções com um marcador permanente e realizei a corrosão com percloreto de ferro. Porém, o resultado final foi uma placa onde todas as trilhas tinham muitas falhas e acabou não podendo ser utilizada para meu projeto. Nem mesmo tentando passar solda em todas as trilhas para melhorar o estado delas a coisa funcionou.
Alguém por aqui já fez placas com esta técnica e conhece os macetes?
Ou então sabe o que posso ter feito de errado?
Algumas hipóteses:
Fiz a corrosão com a solução de percloreto de ferro ainda bem quente. Li que quando a solução está quente ela pode remover a película resistente da placa e prejudicar todo o processo. A solução estava quente pois eu mesmo diluí o percloreto de ferro em pó em água. Esta é uma reação exotérmica e o líquido chega a ficar bem quente (uns 80 graus).
A transferência do toner da arte para a placa não foi bem sucedida. Qual é o segredo aqui? Pelas fotos acredito que isto funcionou razoavelmente bem. Usei um ferro de passar quase no máximo para a transferência e para remover o papel (usei papel especial para PCB) coloquei tudo na água e esperei um pouco para puxar o papel.
Vejam algumas fotos para entender o que houve:
Placa depois da transferência do toner:
Placa depois da corrosão e da tentativa de passar solda nas trilhas:
Detalhe de como as trilhas ficaram cheias de falhas:
Acredito que a tinta não segurou o acido devidamente.
Bem, quando faço minhas PCBs, eu imprimo na impressora a laser com papel foto. E ai eu aplico a técnica do ferro de passar.
Tenta fazer dessa forma.
Uma coisa que li em muitos artigos sobre essa montagem do PCB com impressora a laser é sobre passar MUITO o ferro quente sobre a folha para passar o circuito para a placa, passar MUITO mesmo, cerca de uns 10 min. passando o ferro quente sobre a folha, além de, após terminar este processo, corrigir todas as eventuais falhas com a caneta para circuito impresso.
Não digo que isso possa resolver pois nunca utilizei este método, mas é o que sei sobre o caso, quem sabe possa ajudar.
Tá com cara que você deixou passar um pouco o tempo de corrosão. Outra possibilidade é o percloreto quente retirar o toner. Passar bem o toner é a grande questão.
Sobre o serviço de confecção de placa o eletronica.org manteve o serviço por um tempo mas parece que parou agora.
O que pode-se notar na imagens é que a tinta não se descolou
totalmente do papel fotográfico, quando comecei a fazer esses tipos de placas também
tive algumas dificuldades,
e ai vai algumas dicas, espero que ajudem:
Preferencialmente imprimir na impressora laser em modo
otimizado, e somente a cor preta ou escala de cinza, pois as cores CMY tem
maior dificuldade de se desprender do papel.
Prefira papel fotográfico com uma gramatura de no mínimo
210 gm², ou opte por um que se você tentar raspar com a unha em cima do papel
consegue retirar uma camada da parte branca como se fosse um pó de giz.(isso
facilita na hora da transferência para a placa)
Ao utilizar o ferro, prenda bem o papel na placa eu ao
fazer o procedimento é aconselhável forcar o ferro contra o papel e fazer
movimentos circulares. 10 minutos já é mais que suficiente.
Se tudo der certo, quando retirar o papel da placa, verá que
a cor da trilha estará branca devido à parte fotográfica do papel ter saído
junto com a tinta. Ai é só corroer e não vai dar problema.
Caso contrario sairá somente a tinta preta e ai vai haver
falhas após a corrosão.
Fiz algumas placas usando o mesmo processo e, apesar de não terem ficado perfeitas como as do tutorial que segui, tiveram um resultado melhor que o que você conseguiu.
Capriche no reforço com a caneta para retroprojetor. Eu repassei em toda a extensão do desenho.
O líquido para corrosão não precisa estar aquecido. Isso serve só pra acelerar o processo. Usei o meu em temperatura ambiente apenas.
Retire a placa de tempos em tempos para ver o nível de corrosão e, eventualmente, volte a retocar as trilhas com a caneta para retroprojetor. O “tempo” do processo varia muito em função da concentração do percloreto, idade da solução, qualidade da solução, temperatura, tamanho da placa e qualidade da placa, logo, não é certo dizer “aguarde por X minutos”.
O que parece ter acontecido no teu caso foi excesso de tempo e uma imagem não gravada com tanta firmeza.
@mlemos, olhando as suas fotos e comentários eu imagino que o principal problema é mesmo a fixação e a intensidade do toner impregnado na placa. Eu sugeriria algumas coisas:
Tentar usar transparência em vez de papel. O pessoal fala muito de usar papel glossy, mas pelo menos comigo e não funcionou bem - eu tentei mais de um tipo, inclusive papéis especiais para PCB. Os melhores resultados que eu tive foram usando transparência, e acho que vale a pena tentar. Com papel, sempre que eu tentava aumentar mais o tempo de aplicação ou a temperatura, para impregnar mais o toner na placa, ele acabava vazando para os lados e “borrando” as trilhas.
Colocar camadas de jornal entre o ferro de passar e a transparência, senão derrete tudo . Embaixo da placa também é bom, para dar uma estabilizada e o toner impregnar por igual.
Deixar a impressão bem escura e sem falhas. Dá para fazer isso usando a qualidade máxima da impressora e usando um toner novo, ou pelo menos chacoalhando ele bem antes de imprimir. Mesmo assim, eu sempre precisava fazer uma correção ou outra com a caneta.
Não sei precisar a temperatura exata do ferro de passar, mas lembro que eu usava o ferro na temperatura de algodão, e isso era importante rsrs. O tempo também era importante, algo em torno de uns 5 minutos. Passando muito do tempo ou da temperatura, começava a borrar as trilhas também, ou “engruvinhar” a transparência rsrs.
Mergulhar na água para tirar a transparência. Tem que ser com cuidado pois pode ser que o toner não desgrude da transparência.
Usar o percloreto frio mesmo. Eu nunca usei quente, e tenho a impressão que é melhor eliminar essa variável.
Sempre ficar de olho durante a corrosão para achar o ponto ideal. Se passar do tempo, pode começar a corroer as trilhas.
Segue a foto de uma placa que eu fiz usando esse método. Não tenho fotos ao longo do processo, mas dá para ter uma idéia. Os pontinhos verdes são do verniz soldável que eu usei, não são problemas de corrosão.
Uma coisa que aprendi que ajuda bastante é molhar entre a placa e o papel/transparência ANTES de passar o ferro. Só isso já melhorou significativamente meus resultados!
Pelo que li, o maior problema foi o erro cometido na mistura, você mencionou que por ter misturado água em ácido acabou desencadeando liberação de calor e o líquido ficou quente e, mesmo assim você tentou fazer a corrosão imediatamente.
Caros, obrigado pelos comentários, todos bem relevantes e que fazem muito sentido.
Acabei fazendo a placa novamente - depois de outra tentativa fracassada - e desta vez fiz na mão o desenho com o marcador permanente - Sharpie Permanente Market - e tomei cuidado para fazer a corrosão com o percloreto em temperatura ambiente e sem correr o risco de deixar muito por lá.
O resultado foi bastante satisfatório, vejam nas fotos no final do comentário.
Em breve quero coletar todo aprendizado e publicar um posto no Fazedores com um tutorial para a galera.
Também vou tentar as idéias que vocês me deram para refazer o processo com a impressora laser. Acho que também terei resultados melhores visto que vejo algumas coisas que posso fazer diferente:
Fazer a transferência do toner para a placa com mais paciência. Na primeira tentativa fiz em um ou dois minutos no máximo e não como o pessoal falou.
Bom dia.
Eu crio o layout da placa no Proteus, imprimo em uma impressora a laser utilizando papel glosy (aquele de fotos), passo palha de aço (famoso bombril) na placa para retirar gorduras, posiciono o layout na placa e passo ferro de passar roupa bem quente, caso ocorra falhas, arrumo com caneta de retroprojetor.
Abraços.